Marcadores

Acontecimento (14) Alegria (33) Caos (50) Combate (11) Comédia (2) Crítica (32) Dedicatória (33) Experiência (49) Fim (23) Ilustração (1) Música (8) Narrativa (24) Pensamentos (57) Photo (2) Positividade (40) Recomeço (33) Recorte (13)

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Distância Entre o Real e o Abstrato

Não adianta tentar entender as medidas do mundo. Não há como comparar o meu perto e o meu longe, o meu quente e o meu frio. Eu entendo, mas não sei explicar.

As vezes me sinto tão próximo, que poderia ser a mesma coisa. E quando pisco, pareço tão distante, quase um total estranho.

Mesmo próximo, vendo ao meu lado, quase encostado, meus pensamentos estão longe. A um mar de distância. Há alguns dias de chegar.

E quando busco me distanciar, mais perto pareço, com leve toques, carícias, e olhares penetrante. Que paralisam meus nervos.

Quando as minhas convicções me faltam, apenas apego-me a fé, que a positividade há de me encaminhar.

WINE, Tato

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Por Trás Daqueles Olhos

Aqueles olhos,
Os mesmos olhos de outrora.
Eles parecem gritar,
Por um sonho.

Civilizado,
Não há o que fazer.
Selvagem,
Vontade de arrebatá-la em meus braços.

Carrego-a até a cama,
Encaro-a olhos nos olhos,
Vejo-a não oferecer resistência...

Fim da noite,
Embora,
Sem que a história tenha ali finalizado.

WINE, Tato

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Não, eu não prefiro.

É verdade, eu não prefiro.
Aqueles olhos alvejantes,
Expressivos e brilhantes,
Que ofusca estrelas,
Que lembra a lua cheia.

Não prefiro,
As ondas douradas,
E o leve balançar,
A cavalgar ao vento,
Que acontece em seus cabelos.

Juro que não prefiro.
Preferir o traço angelical de seu rosto?
O tom puro do branco de sua pele?
Ou seu modo simples e elegante de vestir?

Não prefiro mesmo.
Preferir, eu prefiro mesmo,
Os meus olhos, desgastados com o tempo.
Porque eles sim, fazem eu poder admirar,
Cada segundo, de cada palavra acima.


WINE, Tato

sábado, 11 de agosto de 2012

Um Paralelo



Desculpem-me pela baixa qualidade da fotografia. A ideia não é buscar a imagem perfeita, mas sim o registro do momento. E escolhi essa fotografia para o retorno às atividades do blog, porque simboliza perfeitamente a minha vida.

Na imagem temos o movimento, pelos carros e suas luzes. Temos o dia nascendo, e em poucos minutos um sol forte surgirá, rasgando a escuridão trazida com a lua. Mas escolhi essa foto, porque ela representa também o estático. É um dos acessos aos meu bairro. Lugar onde moro à mais de 12 anos (perdi a conta). A foto é uma reflexão sobre a minha vida, nos últimos anos. Pois estou sempre em correria, sempre de passagem, correndo contra o tempo, mas ao mesmo tempo estou na mesma, o mesmo trabalho, a mesma rotina.

Outro ponto interessante... A perspectiva da foto parte de uma origem conhecida, para um além e distante, impossível de visualizar. Faço esse caminho todos os dias, sem entusiasmo, sem desejos, as vezes, até sem um propósito. Talvez a qualidade da fotografia esteja em patamar muito superior à vida que levo.

WINE, Tatoo

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Lacrimologia - A Ferramenta

Um solo de guitarra,
Agudo, saturado, extenso.
Bateria suave,
Ritmada em 2 e 4.
É assim que a vida tem corrido.

A dor é causa aos poucos,
Não chega ao auge,
Não cessa.

Tudo muda,
O som grave,
Gritos de força,
E de medo,
Com mesma intensidade.
De repente, tudo volta a sua calmaria.

Lágrimas escorrem pelo rosto,
Tocam no chão,
Mas parecem não tocar a face,
Endurecida pelas batalhas,
E marca pelo sangue do adversário.

Levanto a cabeça,
Vejo a arena efusiva,
Ao saudarem mais uma vitória,
Ou a simples sobrevivência,
Como um espetáculo,
Como se aquilo tudo,
Fosse a real razão para seguir.

Sempre em busca de uma verdade,
Sempre em busca de mim mesmo.

WINE, Tato

quarta-feira, 7 de março de 2012

Não Há

Ando confuso,
Há assuntos bailando em frente à minha cabeça.
Quase posso alcançá-los com as mãos,
Mas sinto que são de matéria translucida,
Intocáveis.

Há um assassino,
Ironicamente, um herói.
Há um mau humorado,
Transtornado pelas seus sonhos.

O que não há ainda,
É a materialização dessas contornos tênues.

WINE, Tato

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Tiro no Pé

A busca é constante;
O fim não deve chegar antes da morte;
Mas as parcelas devem ser notadas;
Para saber se está na direção.

Emerge os primeiros sinais;
Alcançam a superfície;
Aos poucos;
De forma colateral.

Tornam-se perceptíveis;
Instaladas e enraizadas;
Profundos veios;
Integrando a si próprio.

Há algo de errado;
O caminho no qual havia traçado;
Que em outrora era adequado;
Hoje já me afastou demais;
Do eu, que eu conhecia.

Um tiro no pé;
A conclusão em torno do que sou;
Visto pelo quanto distanciei do que era.

WINE, Tato

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

A Sina do Guerreiro Abissal

Olho tudo ao meu redor,
Apenas rastros,
De um vermelho pulsante.


Jazem corpos estendidos,
Que não são o meu.

Alguns pequenos talhos em minha pele,
A respiração afegante que sustento.

Mais um dia assim,
No qual sou testemunha,
E agente causar do mal.

Batalha vencida?
Não... Apenas mais uma,
Na qual sobrevivi.

Não se vence a batalha,
Não se vence a guerra,
Se não houver motivos,
Para lutar, para querer, para amar.

WINE, Tato

domingo, 15 de janeiro de 2012

Tradição

            O próprio som da palavra evoca uma certa noção de seriedade e solenidade. Tradição. Suuz'chok, na língua dos drow, e nela também, como em todas as línguas que já ouvi, a palavra escapa dos lábios com um peso e um poder tremendos. Tradição. É a raiz daquilo que somos, o elo com nossa herança, o lembrete de que nós, como povo, se não como indivíduos, atravessaremos as eras. Para muitas pessoas e muitas sociedades, a tradição é a fonte da estrutura e da lei, o fato permanente da identidade que nega as pretensões contrárias do pária ou a má conduta do ladino. É o eco no fundo de nossos corações, de nossas mentes e de nossas almas que nos faz recordar quem somos ao reforçar quem fomos. Para muitos, é ainda mais do que a lei: é a religião a orientar a fé do mesmo modo que orienta a moral e a sociedade. Para muitos, a tradição é a encarnação de um deus, os rituais antigos e as escrituras sagradas, garatujadas em pergaminhos ilegíveis e amarelados pelo tempo, ou então cinzeladas em pedras eternas.
            Para muitos, a tradição é tudo.
            Pessoalmente, entendo-a como uma faca de dois gumes que pode cortar ainda mais fundo no caminho do erro.
            Em Menzoberranzan, vi a tradição em ação: sacrifício ritual do terceiro varão (que quase foi meu próprio destino) e as obras das três escolas dos drow. A tradição justificou as investidas de minha irmã durante a formatura da Pugna-Magthere e negou-me o direito de protestar contra aquela cerimônia vil. A tradição mantém as Matriarcas no poder e limita a ascensão dos homens. Mesmo as guerras violentas de Menzoberranzan, casa contra casa, têm raízes na tradição e justificam-se porque as coisas sempre foram assim.
            Esses defeitos não são exclusivos dos drow. Sento-me com frequência na face norte do Sepulcro de Kelvin e observo a tundra inane e as luzes cintilantes das fogueiras nos vastos acampamentos dos bárbaros. Ali também está um povo inteiramente consumido pela tradição; um povo que se apega a códigos e costumes antigos que outrora lhes permitiram sobreviver, como sociedade, numa terra inóspita, mas que agora os atrapalham tanto quanto ou mais do que os ajudam. Os bárbaros do Vale do Vento Gélido seguem os rebanhos de caribus de uma extremidade a outra do vale. Tempos atrás, era a única maneira de sobreviver tão ao norte, mas quão mais fácil poderia ser sua existência agora se simplesmente comerciassem com a gente de Dez-Burgos, oferecendo peles e carne de boa qualidade em troca de materiais mais resistentes trazidos do sul para a construção de casas mais permanentes?
            Tempos atrás, antes que a verdadeira civilização se insinuasse tão ao norte, os bárbaros recusavam-se a falar com – ou até mesmo aceitar – qualquer outra pessoa no Vale do Vento Gélido, e as diversas tribos geralmente se uniam com o único propósito de expulsar os intrusos. Naqueles tempos, os recém-chegados inevitavelmente competiriam pela comida insuficiente e outros suprimentos escassos, e essa xenofobia era necessária à sobrevivência básica.
            A gente de Dez-Burgos, com suas avançadas técnicas de pesca e seu rico comércio com Luskan, não compete com os bárbaros – a maioria jamais comeu carne de caça, creio eu. E, no entanto a tradição exige que os bárbaros não façam amizade com essas pessoas e, de fato, geralmente guerreiem com elas.
            Tradição.
            Quanta seriedade essa palavra transmite! Que poder enverga! Assim como nos enraíza, proporciona-nos uma base e nos dá esperança por sermos o que somos por causa do que fomos, também provoca a destruição e nega a mudança.
            Eu jamais aspiraria a entender um outro povo bem o bastante para exigir que este mudasse suas tradições, mas quão tolo me parece agarrar-se tenaz e obstinadamente a esses hábitos e costumes sem consideração pelas mudanças que ocorreram no mundo que nos cerca.
            Pois este mundo é um lugar em constante mudança, movido por progressos na tecnologia e na magia, pela ascensão e queda de povos e até mesmo pela mistura de raças, como nas comunidades de meio-elfos. O mundo não é estático e, se as raízes de nossas percepções e tradições mantiverem-se estáticas, então estaremos condenados, acho eu, a um dogma destrutivo.
            Então recairemos sobre a lâmina mais perversa dessa faca de dois gumes.

Drizzt Do'Urben

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Tudo Começa a Ter Sentido

Bom dia leitores,

A um ano atrás, exatamente, eu fiquei sabendo do falecimento de uma pessoa muito querida. Claro, não é a primeira pessoa q morre, nem será a última. Só que pela primeira vez, alguém no qual eu tinha conhecido fora dos laços familiares. Alguém que tinha ganhando o meu respeito, a minha amizade e minha atenção, por conta do "acaso". Eu fiquei sabendo da notícia de seu falecimento, dois dias depois do fato estar consumado. Fiquei sabendo em 11 de janeiro de 2011. E no dia do óbito, uma música ficara soando repetidas vezes em minha cabeça. Coincidência ou não, é como se tivesse sentido. Abaixo a música:


Love In The Afternoon - Legião Urbana - Álbum "O Descobrimento do Brasil".



Sua letra pode até parecer clichê, no qual se identifica várias pessoas jovens e boas de coração. Eu não ligo para isso. O que realmente importante, que para quem a conheceu, é que faz todo o sentido.

WINE, Tato

domingo, 1 de janeiro de 2012

Ciclicidade

As coisas acontecem em ciclos;
Terminam e começam,
Sem que nos demos conta de quando é,
E quando é outro.

11 já chega ao fim,
Mas continuo ouvindo o clichê:
“Lembro como se fosse ontem”,
Ou ainda:
“O tempo voou, né?!”.

A vida está passando rápido,
Tanto quanto queremos;
Isso é sinal de coisa boa,
Porque o que é ruim,
Dura uma eternidade.

O problema é preocupar,
Com a passagem do tempo,
Nos esquecemos de observar
A qualidade do mesmo.

Os planos feitos na última virada,
As realizações, os planos alterados,
Assim como os novos fatos.

Indicam que 12 terá um final do mundo,
Espero eu, que seja o fim do mundo,
Como conhecemos,
Que seja o fim daqueles,
Que apenas tomam tempo...

WINE, Tato