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segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Na Ordem

Acontecem coisas na vida que muitos só conseguem entender como "sorte". À pouco tempo fui até meio rude com algumas pessoas, por conta de dedicarem minhas pequenas realizações como resultado da sorte. Bem, entendo a sorte como um resultado aleatório (e benéfico) ao ser. Sendo assim, o ser é desconsiderado quanto a ocorrência da sorte. E quando você estudou a sua vida toda, e fez a prova de forma consciente?

É nesse pensamento que hoje venho parabenizar um amigo-irmão pela sua vitória. Muitas pessoas vão dar tapinha nas costas de felicitações, muitas outras vão parabenizá-lo por sua imensa sorte. Poucas conhecem algo de sua história e realidade. Muitas menos o conhecem enquanto ser. E SOMENTE ele próprio pode chegar próximo a saber tudo que se passa contigo.

A vitória nunca é somente aquela vitória. Uma guerra é vencida por uma série de batalhas. Nem todas são vencidas, mas boa parte delas, o que já faz garantir o sabor da glória. O texto de hoje vem para reconhecer que todo o mérito da conquista vem dele próprio. Sua paixão pelo que faz, sua dedicação, as contingências à serem enfrentadas. São esses os fatores que temperam a conquista. São esses os fatores que temperam a vida.

WINE, Tato

sábado, 17 de dezembro de 2011

O Meu Mundo e Ela

Recentemente estava de férias, e foi um período muito tranquilo, para centrar as ideias e recuperar as forças físicas e psicológicas (principlamente essas). Advinda da paz da música, da solidão, da sensação de pertencer à um lar. Coisas que antes me eram comuns. Nada da correria, da pressa, do relógio, dos códigos sociais, das regras. Era apenas eu, o mundo. O MEU MUNDO.

Esses dias passaram rápido. Poderiam durar mais, mas sabia que não seriam para sempre. Na verdade, isso não me entristece. O valor das coisas está em sua raridade. O novo é tão belo, quanto o belo é novo. E foi mesmo um momento especial. Necessário, porém especial em sua concepção e execução.

Isso me fez desligar do mundo dos adultos. Quase poderia voltar a ser adolescente. Quase poderia voltar a sonhar. Só que me faltava a estrada. As curvas, a vegetação, o vento no rosto, o rock'n roll com riffs contagiantes de guitarra. Faltavam as pessoas diferentes de mim, aquelas desconhecidas, que contam suas histórias, e desaparecem discretamente com o tempo, como o cheiro de um bom perfume.

E na busca pela fuga da realidade, me vi dentro da mesma, porém, apreciando sua beleza, enquanto existência. O meu mundo foi balançado, no mesmo ritmo da aventura, das águas de um comprido rio de águas turvas, à originar-se da queda d'água.

A falta que aquele mundinho cotidiando tocou o meu rosto, me fez enrubecer.  Foi de apertar o coração. Pela primeira vez me vi olhando para trás. Falta dos laços mais sutis. Das pessoas que deixei para trás. Que me acompanharam até onde poderiam. Que fizeram e fazem parte da minah estrada. Que foram atalhos, foram apóio.

Senti saudade de um determinado olhar. Olhos pequenos, com mais vida que infinitos deuses. E o pior é não poder dizer isso. É ter de calar, enquanto em minha mente borbolha ideias. Surgem de forma desorganizada. Recupero assim o pior lado da minha adolescência: a inexperiência.

É saber as regras do jogo, o objetivo, as estratégias, os demais jogadores, e mesmo assim ser incapaz de jogar. É assim que fico, ao aproximar desse olhar, dessa poesia personificada.

E fica o desejo de um dia ser capaz de dizer a verdade, e não parecer mentira, como sempre faço.

WINE, Tato