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sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Conto do Sítio - Parte 2

Antes de ler esse conto, sugiro que leiam a Parte 1, clicando aqui.




Foi estranho acordar no outro dia... Carina estava em meus braços, dormindo pesadamente, mas com expressão facial de uma criança, livre de qualquer pecado. Apesar de ter cabelos curtos, eles estavam espalhados sobre meus braços, de forma ondulava similar à dunas, num castanho dourado. Fiquei ali ainda por quase uma hora, deitado, imóvel, deleitando do perfume de flor que a pertencia.
Quando a guria acordou, eu havia pegado no sono novamente. Mas ao seu leve movimentar em um giro, focalizando seu rosto com o meu, despertei vagarosamente, com a ela a me admirar. Mais uma vez, fiquei muito sem graça. Afinal de contas, ela era talvez, a guria mais bela no qual eu já tivera visto de perto. Ela notou minha inquietação interna, por eu ter ficado com o rosto ligeiramente vermelho.
Rindo da minha “bobagem”, ela ignorou meu desconforto, e mais uma vez me beijou, com carinho, um beijo rápido, e abaixou sua cabeça, ficando sua testa devidamente encaixada ao meu pescoço. O carinho vindo dela sim me fazia alucinado de um sentimento bom, a muito não experimentado por mim.
Era quase como se eu estivesse gostando dela, de uma forma especial. Mas bem, pare de bobagem! Foi apenas um momento, apenas carência de ambos. Pelo menos preferi acreditar nisso.
Durante o dia, nem nos vimos direito, porque cada um foi para um lado, fazer algo diferente, interagir com outras pessoas, afinal, era muitos amigos de outrora, para reencontrar, matar saudade. Chegado à noite, cruzamos olhares novamente, mas de forma amigável, da mesma forma que sempre fora. Sorriso abertos, de amizade sincera.
Era noite agradável para mim, um vento frio passava às vezes, para acalmar minha alma. Apesar do medo de altura, estava eu, encostado num parapeito de concreto, a observar a cidade ao longe, toda iluminada pelas luzes artificiais. Aquilo era lindo de longe, dava um destaque mágico às fotografias no qual eu imaginara. Saí de lá para buscar minha câmera fotográfica. Fotografias são um hobbie para mim. É a minha forma de fazer arte. É a minha forma de encarar o mundo como uma beleza a ser lapidada.
Quando voltei, ouvi que os sons da festa já estavam funcionando, e em alto volume. Naquela segunda noite eu queria apenas tranqüilidade. Queria a cabeça vazia de pensamentos, para assim apreciar só e puramente os sentidos. E dei as costas para a festa.
Passado algum pouco tempo no qual eu contemplava o horizonte, no meu “silêncio”, os amigos mais próximos chegaram, com aquelas brincadeiras mais batidas, mas ao mesmo tempo, sempre atuais, de:
- Olha o anti-social!
E todos rimos de leve. Isso realmente não me incomoda. Na verdade, às vezes gosto dos meus momentos de isolamento. E gosto também quando são interrompidos. Essas pessoas são a jóia mais preciosa que poderia encontrar. Estavam todos ali, naquele feriado.
Depois de alguns momentos proseando sobre a nossa vã filosofia, nua gama dinâmica de assuntos regados à boa dose de humor tanto pateta, quanto inteligente, quanto irônico, alguns deles foram curtir a festa, afinal de contas, era apenas o segundo dia. Carina e os outros foram pra festa. As coisas voltaram ao normal.
Quando ficamos em poucos, resolvemos fazer música. Dois amigos com violões, eu com minha gaita, e mais três pessoas sem instrumentos, ficamos tocando e cantando músicas nacionais dos anos 70 até os dias atuais. A noite agora se transformara em um momento de contemplação completo para mim. Estava conseguindo parar de pensar, apenas sentindo os encontros sonoros e visuais se unido de forma prazerosa... Aquele momento o mundo poderia acabar, eu estava realizado.
A festa foi encerrando-se. Parecia deveras animada, mais com o avançar da hora, as pessoas foram saindo de lá. Algumas para trocar beijos quentes com outro alguém, outras para dormir. A nossa turma voltou a se encontrar toda. Carina voltara, e sentava perto de mim. Era inacreditável, como apesar de ela ter dançado o tempo todo, permanecia bela, com um perfume suave.
Fiquei embasbacado, olhando para ela. Algumas pessoas notaram meu fascínio, e um amigo próximo me cutucou de forma discreta e só assim caí em mim. O que está acontecendo? Estou ficando bobo, como um adolescente!
Era hora de parar com a música. O sono veio se aproximando como um lince à espreitar a caça, e por fim me alcançou.
- Boa noite a todos! Durmam com Deus e anjas. Deu a minha hora, amigos.
E todos responderam, e assim eu saía para meu quarto.
Não é que nessa noite eu dormi como uma pedra?! Kkkkk.
No outro dia acordei bem, relativamente cedo. Era 9 da manhã, o céu estava lindo, o sol despontava transmitindo energias para o dia que começava. Havia poucas pessoas acordadas. A festa de ontem à noite foi muito agitada, e a maioria estava se recuperando. Enquanto eles não acordavam, fui me sentar à beira da piscina, com os pés na água, que por sinal, estava gelada. Fiquei lá tomando água de coco, e conversando com as poucas pessoas que estavam acordadas.
Aos poucos os demais foram acordando, e chegando próximo. Quando assustei, estávamos todos do encontro juntos. Tava realmente bacana. Algumas pessoas ainda com sono, e por isso um “mau humor” esperado. Mas a maioria estava bem.
Neste 3º e penúltimo dia, faríamos um passeio no sítio. Uma turma ficou na piscina, outra iria praticar esportes ecológicos, enquanto um terceiro grupo ficou por conta de cavalgar. Como até o momento eu fiquei por conta de lazer, esse era meu dia de ficar para organizar o evento. Fui para a cozinha, fazer o trabalho operacional, como lavar coisas, picar e descascar coisas...
À noite caiu, e com ela, o meu corpo estava levemente cansado, mas nada que me derrubaria. Fui tomar um banho, e me arrumar para a terceira e última noite no sítio. O quarto dia só iria até o almoço. Depois do banho, quando fui me trocar, já no quarto, bateu uma preguiça. Não era propriamente cansaço, mas uma vontade de ficar quietinho ali, aquela noite. Sendo assim, vesti uma bermuda cinza, confortável, e uma camiseta branca e deitei no meu colchão.
Aos poucos os demais foram passando pelo quarto, para se preparem para os festejos. Conversamos muito, e um a um eles passavam pelo quarto e iam embora para a festa. A festa começou, e eu me levantei. Queria beber algo, e me levantei, para ir à cozinha, mas voltaria em breve.
Passando pelo corredor vi as luzes da festa, ao longe. As músicas estavam menos frenéticas que da noite anterior. Todos estavam já cansados dos dias corridos e das festas animadas. Voltei ao quarto, e me postei sentado na cama esperando que o sono viesse.
Passado um momento, eis que Carina adentra ao quarto. Ela sorria, como sempre, naturalmente bela. Ela usava uma blusa branca, e uma saia cumprida.  Ela veio sozinha. Estranho, porque mais festeira que ela, somente duas dela. Mas era verdade, ela adentrara ao quarto que estava à meia luz. Ela até pensou que eu estivesse dormindo, e pediu desculpas por me acordar:
- Sem problemas guria, eu não estava dormindo.
Sorri amigavelmente pra ela. Ela sentou na minha cama, do lado oposto que eu estava. Trocamos olhares mudos por alguns segundos, mas ao contrário das outras vezes, não havia falta de graça. Eram olhares sinceros, de amigos de muitos anos.
- Ei, meu anjo, senta aqui comigo. – Disse isso pegando-a pela mão, e trazendo para se recostar ao meu corpo.
Assim que ela se sentou, entre minhas pernas, passei meus braços, envolvendo-a pela barriga. Minha boca ficava na altura exata de seu ouvido. E ali ficamos conversando baixinho, e rindo. Não falamos nada demais, e acabamos até começamos a cantar “Sutilmente”, do Skank. A música é linda, e antes de terminarmos, começamos a nos beijar de forma tão gostosa, que parecia começo de namoro. Foi o melhor dos beijos que tive com ela. Provavelmente um dos melhores de minha vida.
Ficamos por muito tempo no mesmo beijo, e o ardor e fervor dos lábios de ambos não cessava. E quanto mais o beijo prosseguia, mais excitado eu ficava. A intensidade do beijo aumentava, e não conseguíamos nos desgrudar mais.
Ela percebeu minha excitação, que nesse momento já era extremada fisicamente. Assim o beijo cessou. Ambos estávamos sem graça, quando nos vimos novamente. Aquele silêncio constrangedor se abateu da cena.
Assim sendo, eu tentei quebrar o gelo:
- Me desculpe, meu anjo... – Eu disse isso com a voz ainda vacilante.
Ela não sabia o que dizer. Como dito na primeira parte, a guria é inexperiente quanto às relações mais afetivas e físicas. Provavelmente isso nunca antes acontecera com ela, e por isso, pela primeira vez ela ficara tão sem graça quanto eu.
Ao contrário do que eu esperava, ela não saiu dali. Ficou no mesmo lugar, na mesma posição. Eu não pensava em me mexer também. Ela então deitou a cabeça em meu peito, e ainda sem graça disse baixinho:
- É que eu nunca...
Eu acariciando seu cabelo disse:
- Nem se preocupe... – e beijei-a na cabeça, de forma mais terna.
Permanecemos assim durante muito tempo. Abraçados, apenas trocando energias positivas.
Depois que consegui me tranqüilizar, fisicamente, resolvemos sair dali, pois se ficássemos, aquele clima quente iria ocorrer novamente. Dali saímos de mãos dadas. Entre nós, não estava mais a mesma coisa. Imperava um silêncio e um constrangimento, mas conflitante a isso, estávamos de mãos dadas, nos olhávamos, sorriamos. Era perturbador aquele momento.
Chegando lá fora, ela se sentou e fui buscar água de coco para bebermos. Ao retornar, parece que parte daquele clima denso que se formou entre nós tinha se perdido com as lufadas de um vento levemente frio que circundava o sitio.
Ao melhor estilo namoradinhos, estávamos sentados tomando a água de coco, lado a lado. Passei meu braço esquerdo por cima de seus ombros, e ela se acomodou melhor em mim. Em poucos minutos trocamos mais alguns beijos despretensiosos.
De repente ela disse:
- Eu gostei...
Lerdo como sempre fui, não captei o assunto.
- Oi?
- Eu gostei... De como a gente estava...
- Bem... – Eu estava sem graça novamente, pela surpresa. – Eu não posso negar que estava bom... Você percebeu... – Tentei evitar que o clima ficasse tenso novamente.
Ela apenas riu da minha gracinha. Ufa! Esperava uma reação menos natural.
Carina se levantou e ficou à minha frente. Reclinou-se e me beijou, envolveu-me em um abraço no pescoço.
É como se fosse automático. Eu, ainda sentado, fui me aproximando de seu corpo. Com isso ela foi se endireitando, e em pé, entre minhas pernas, ainda de pé ela se postou. Novamente voltei a me excitar, como se meu corpo já antecipara toda aquela situação.
Em poucos segundos, a guria se sentou no meu colo, sem pararmos com os beijos que trocávamos. Sentada em minha perna esquerda, ela foi propositalmente procurando saber da minha excitação, buscando com sua perna direita. Tarefa fácil, e deveras interessante. Naquele momento tive certeza, ela queria ir mais além. Mais tinha um problema. Seria sua primeira vez. Geralmente, a primeira não é bacana para as gurias. E eu não gosto de ser o primeiro cara de qualquer guria que seja.
Antes que eu parasse para avaliar meus questionamentos, o beijo fora interrompido, e ela sorridente, se levantou, segurando minha mão, e saiu andando. Apesar de eu aparentar excitação, não fiquei sem graça, e a segui. Não havia ninguém por perto, estavam todos curtindo a última das noites de festa.
Fomos para um segundo quarto, mais afastado, no qual acredito que não estava sendo utilizado. O quarto era bem menor que os demais utilizados. Ele não tinha camas, apenas algumas estantes, e cômodas. Provavelmente guardava roupas e toalhas para visitantes. Assim que entramos, os passos foram interrompidos, e ela num giro, parou de frente pra mim, e sem pensarmos duas vezes, estávamos novamente com os corpos colados, trocando carícias. Com a boca, com as mãos, os braços, enfim, os corpos se entrelaçavam como numa dança sincronizada.
Sem interromper a dança, fechei a porta, e tranquei-a. sem separar os lábios, senti Carina exprimir um sorriso. O estalo da tranca da porta a deixou mais tranqüila (e a mim também). E novamente nos vimos tomados pelo desejo um pelo outro.
Em pouco tempo meus beijos começaram a desviar de seus lábios. E começaram a escorregar pelo rosto, em direção ao pescoço. Pelo visto, era a primeira vez dela, não somente no “já imaginado”. A guria ficou fascinada. Ela estava com a cabeça reclinada para cima. Eu não conseguia ver, mas suspeito que estivesse de olhos fechados, lábios entreabertos. Quase inaudível, emitia suspiros profundos. E aquilo servia para me deixar ainda mais extasiado.
Ao descer mais os lábios, senti que Carina ficara imóvel. Aquele receio da primeira vez deve ter batido. Eu devia ter imaginado. Tudo bem, por mim.
Quando parei, e voltei a ver seu rosto, ela com uma cara de guria levada, e me pergunta:
- O que foi? Por que parou?
E continuou a me olhar, rindo maliciosamente.
Seria outra situação para eu ficar sem reação, só que ao invés disso. Eu num abraço girei-a, parar ficar abraço por de trás dela. Como um vampiro sem escrúpulos, vi seu pescoço novamente livre, e não hesitei em “atacá-la”. O beijo fatal... O beijo do vampiro.
Dessa vez ela não se intimidou, e começou a acariciar minha cabeça enquanto eu a beijava vagarosamente. Ela aos poucos ia ficando à vontade. E eu também. Estava todo cheio de cuidados, porque tinha de ser especial para ela. Não que pra mim não fosse. Não vou ficar explicando, espero que tenham entendido.
Agarrei sua cintura, exercendo leve pressão com as mãos. Nada para machucar, mas firme suficiente para ela não fugir. De imediato, Carina colocou suas mãos sobre meu punho, e tão firme quanto, agarrou-o, para que também não o tirasse dali. Nossos corpos voltaram a se colar. Seu bumbum estava deslizando vagarosamente por minha região púbica. Ela agora, além de estar mais à vontade, me pareceu incorporar o jogo sendo desenvolvido naquele momento. Parecia mais dona da situação.
Para desviar um pouco a tensão boa que ocorria, comecei a subir minhas mãos, de modo que sua blusa subia junto. Sua barriga começava a despontar. Que gracinha sua barriga. Na medida certa. Tão condizente como todo corpo de Carina. Tudo feito devidamente ajustado ao seu biotipo.
No jogo de provocar desejo, que estávamos exercendo sobre o outro, Carina começou a retrair meus movimentos vagarosos para cima. Nada de paralisar, mas de retardar. Era hora de brincar. Estávamos nos amando, e nos divertindo com tudo aquilo.
No momento em que sua blusa estava acima dos seus seios, que começavam à despontar, Carina se virou de frente pra mim, e voltamos a nos beijar. Os beijos agora estavam diferentes dos anteriores. Antes eles eram beijos ardentes, do calor do momento. Agora eles tinham um significado, uma intensidade diferente. Mesmo não gostando de utilizar o termo, mas havia amor naquele momento. Quase comecei a me sentir culpado novamente. Eu estava gostando dela de verdade.
Nesse momento arrebatei-a, carregando-a, sem cessar os beijos. Ela grudou os braços em meu pescoço, enquanto eu a segurava-a por baixo da bunda. Aos poucos, em meio aos beijos, fui deslocando-me para trás. Encontrei uma cômoda de altura de mais ou menos um metro. Escorei-me nela, de modo a ficar meio sentado e meio em pé, ainda carregando Carina. Passei a segurá-la pelas costas nuas. A pele dela emana um calor aconchegante.
Ela parou os beijos por um momento, para retirar a própria blusa, que estava mais a incomodá-la, do que cobrindo algo. Surpreendeu-me quando ela terminou, e de imediato pôs-se a retirar também a minha blusa. Rimos um para o outro. Era o nosso momento de curtir.
Voltamos a nos beijar loucamente. Aos poucos fui me assentando na cômoda, e ela no meu colo, em minhas pernas. Nesse momento cheguei a duvidar se ela realmente não sabia o que estava fazendo. Ela beijava-me calmamente, rindo maliciosamente, enquanto parecia exercer uma dança sensual, de movimentos milimetricamente calculados, com o ventre, cintura, quadril e pernas. E nesse momento eu já não me agüentava de tesão. Não fui mais capaz de disfarçar minhas formas enrijecendo perante as suas formas.
Tentei novamente reverter o jogo. Eu, que estava sentado, fui me levantando, ainda carregando-a. Coloquei-a sentada na cômoda, enquanto eu estava em pé, de frente para ela. Voltamos a trocar beijos, mas não havia volta, ela estampava aquele rosto malicioso sempre que eu a olhava. Ela não reduziu seus avanços. Mantendo aquele sorriso, aquele olhar, ela foi afrouxando o sinto da minha bermuda. Ela foi desabotoando minha bermuda.
Dessa vez não reagi. Chegara o momento de clímax. Ela já me instigara ao máximo. E sabia, que não era somente à mim que havia chegado o momento. Retomando o controle da situação, fui deitando-a, com toda calma do mundo, encarando-a nos olhos, como se fosse possível ver sua alma. Ela ficou hipnotizada. Obedecendo cada movimento que eu mentalmente ditava. Quando se encontrava deitada, Carina desabotoou seu sutiã. Mas não o retirou. Ela, inconscientemente, me provocava mais do que qualquer outra guria.
Quando me reclinei para voltar para beijá-la, propositalmente, Carina postou as mãos em meus ombros, por trás de mim, e exercendo leve pressão, para que fosse descendo meus lábios por seu corpo. Essa parte eu não consigo descrever... Faltam-me palavras para ilustrar o quão belo era o busto de Carina. Faltam palavras para narrar os pensamentos e sensações prazerosas que se deslocavam descontroladamente em meu corpo e alma.
Ao iniciar as carícias, com os lábios, em sua barriga, minhas mãos alcançavam o elástico da saia de Carina, e não se contentavam mais em permanecer ali. Começaram a descer sua saia. Carina acariciava minha cabeça, e eu entorpecido de prazer, a beijá-la.
Um detalhe à parte. Quando terminei de retirar sua saia, vislumbrei Carina invulnerável ali, deitada à minha frente, entorpecida também pelas descobertas que estava fazendo naquele momento. Estava ela deitada, usando apenas uma calcinha azul marinho, com rendas na frente. Apesar da pouca luz do ambiente, seus seios pareciam irradiar alguma luminosidade, compartilhada pelos seus cabelos. Os olhos estavam a refletir a pureza de sua alma.
Ela permanecia deitada, com os pés na cômoda, e joelhos para o alto. Postei entre seus joelhos, reclinado, aproximando meu rosto do dela. Durante os primeiros beijos trocados, com toda calma e carinho por nós, faziam com que nossos sexos se encostassem involuntariamente, por sobre os finos panos das roupas debaixo. Era possível um perceber a excitação do outro, e isso só fazia com que ficássemos ainda mais desejosos pelo outro. Seus seios pareciam me espetar, sempre que aproximava meu corpo ao dela. Meus braços postavam por trás dos ela, com as mãos alcançando seus ombros, e os braços dela entrelaçavam meu pescoço.
Sem nem muito percebermos, nossas mãos íam correndo pelo corpo do outro, em forma de descoberta e de carícia. e os beijos que estavam calmos, aumentavam gradualmente a intensidade. Quando percebi a posição das minhas mãos, já estavam na cintura de Carina. Ela segurou meu braço de leve, enquanto eu estava descendo-o. Seguindo esse movimento, em pouco tempo Carina estava completamente despida das roupas, mas encontrava-se coberta de uma energia positiva de alegria, de paz e pureza. Era um verdadeiro anjo que se encontrava em minha frente. E mesmo minha humanidade não a fizera perder sua divindade.
Ela já estava biologicamente esperando o ato, mas eu ainda me receava. Ela agora já não sorria mais. Ela me olhava de forma profundo. Olhava nos meus olhos, não me repreendendo. Ela estava pedindo pela satisfação à inquietação (até então desconhecida por ela). Agora sentada, ela, mesmo sem jeito, começou também a me despir. Ajudei-a, com minhas mãos sobre as delas, à cobrir. Assim sendo ela voltou a olhar nos meus olhos, e agora a sorrir, um sorriso leve. Estava ficando à vontade novamente. Os poucos momentos de consciência no qual ela não se entregava ao momento, à fazia travar.
Encarando-a, ainda em dúvida se devia mesmo ultrapassar essa última barreira, estava eu. Ela olhando pra mim, serena, assentiu, acenando um “sim” com a cabeça. Em seguida, Carina aproximou  seu corpo do meu. Intencionalmente, aproximou seu pubis do meu. Não havia volta. Naquele momento minha glande aproximara de seus pequenos lábios, em direção ao canal. Ao começar a travessia, Carina se apertava a mim, em um abraço. Mesmo que ela abaixara seu rosto, eu, de pé em frente e colado à ela, vi a expressão em seu rosto. Ela havia fechado os olhos, apertando-os. Os dentes de cima, mordiam seu lábio inferior. Ela o fazia para suprimir qualquer ruído que quisera expressar pela dor do ato.
Parei qualquer avanço, e somente abracei-a.
Passado o choque inicial, ela estava aliviada. Duvido que não estivesse sentido ainda um desconforto, mas ela mesma descendo suas mãos pelas minhas costas, colocou-se à empurrar contra seu corpo, a minha bunda. Ela queria mesmo aquilo.
Apesar do desconforto, ela parecia muito gostar. Estava ofegante, levemente suada tanto pelo calor dos movimentos, quanto pela troca de calor de nossos corpos.
Permanecemos assim ainda por um tempo indeterminado. Pareceu muito veloz, pelo ardor provocante que sentia. Pareceu lento, porque eternizei aquele momento em meus sentidos e memória. Foi incrível à sensação que senti naquele momento. Diferentemente das outras vezes, havia mesmo amor. Eu não estava mais preocupado com o que sentia, mas sim com o que trazia prazer a ela. Me dava mais satisfação ver seu sorriso.
Quando nossos corpos já não aguentavam mais segurar aquele turbilhão de emoções, paramos todo e qualquer movimento. Ficamos em silêncio velado, imóveis em um abraço de ligações com força de termofusão. Atingimos o prazer máximo. Nos mantivemos ali, imóveis, por longo tempo... Nossos corpos pareciam se comunicar, um apaziguando ao outro. Era possível ouvir os corações pulsando freneticamente. Retumbava em eco decrescente ao longo do tempo.
Aquele turbilhão de desejo passara, por ora. Mas o amor pleno havia ancorado. E assim ainda nos beijamos por muito tempo. Quando nos demos conta do tempo que se passara, o dia já estava pra perto do nascer do sol.
Nos vestimos, preguiçosamente, e saímos, de mãos dadas. Com sorrisos cravados. Estávamos leves, algo próximo à sensação de sair volitando. E assim voltamos para perto da cozinha. Fomos os primeiros a chegar, da nossa turma. Aos poucos um a um foram aparecendo. Fizeram algumas muitas brincadeiras sobre o “casal”. Mas nada que se compare ao que realmente havia ocorrido (tanto física, quanto afetivamente).
E foi nessa manhã que fomos embora. Depois de comer, e arrumar as coisas. A vida voltaria ao normal: trabalho, estudo, lazer, família... Mas algo havia balançado tudo que eu havia, até pouco tempo atrás, chamado de felicidade.
Esse algo, que chamo de felicidade agora, se chama Carina.

WINE, Tato

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