Voltarei a escrever na série: "Quem Sou Eu", já que pensamentos recorrentes sobre o tema tem surgido, em conversas informais e em reflexões nos momentos de descanso. Para acabar com a surpresa, vou contar "o final do filme", ainda não há resposta, e nem indício.
Cerca de um mês atrás, eu definiria a mim como fracasso e a mediocridade, que são idéias constantemente presentes. Eu precisava extravasar, e assim o fiz, e por incrível que pareça, sem grandes prejuízos, ou até mesmo crise de consciência. Foi incrível! Nem parecia a mim mesmo. Estava a vontade com a situação, sem pensar e programar passos, sem stress ou grandes reflexões, apenas vivendo, sentindo, como era antes. Só que como eu era também não me satisfaz, porque a insegurança que acompanha a fragilidade social se fez presente, e falhei no que poderia ser hoje motivo para outro texto, mais alegre que este.
Não fora de todo perdido, devido a mais este fracasso. Na verdade fora mais uma injeção de ânimo, de voltar a sentir vida correndo nas veias. Isso me fez sentir capaz de ir, de tentar, de cair e levantar, de recomeçar. Veio então a segunda fase, o êxtase. O impulso tomou conta dos meus atos, e tornei-me agente ativo da minhas próprias vivências. Esta coragem me fez saltar, de tocar o teto, e ao contrário das outras vezes, não vê-lo despencar sobre minha cabeça.
As coisas voltaram a dar certo, entrar nos eixos, mas agora de uma forma mais disciplinadas que antes. Ora, será que consegui efetivamente me disciplinar? Me organizar e determinar as responsabilidades acima dos meus prazeres e vontade? Se sim, eu digo, desejei e objetivei mal a mim mesmo, enquanto projeto de vida, porque não me sinto mais capaz de aprender (com facilidade), de me adaptar (e não adequar) e de criar (e recriar).
Outra nota importante, tenho agora mais inspiração pra voltar a escrever poesias, já que tenho vivido emoções intensas, de afetividade explícita, e descoberto a mim mesmo, nos outros, aceitando minha condição de ser social, dependente e oco. Descobri-me ainda apto a trilhar caminhos da atenção amorosa e atos românticos, seja com grandes amigos, com gurias queridas, ou a verdade companheira.
Não me recordo qual a linha de pensamento, mas na psicologia acredita no ser humano como "A Caixa Preta", onde pode-se observar os seus insumos e produtos, mas nunca o processo. Bem, não consigo definir-me por completo no passado, e nem projetar-me para o futuro, e no presente, sou a tal Caixa Preta. Talvez nem nunca consiga concluir e avaliar-me no tempo, ou ainda pode ser pura loucura, mas por enquanto sou um nada, ou algo buscado ser algo.
WINE, Tato