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terça-feira, 29 de novembro de 2011

Conto do Sítio - Parte 1


                  Que dia mágico era aquele! Meu primeiro dia de férias, depois de mais um ano de trabalho e estudos. Era um sábado à tarde quando saí do meu trabalho, mentalmente esgotado, mas feliz, porque saindo dali, iria encontrar meus amigos novamente, em um sítio próximo, no qual passaríamos 4 dias de descanso, lazer, sem o trabalheira do cotidiano. Como é bom estar de férias!
            Todos já haviam ido para o sítio, e fiquei como retardatário. Sem problemas, pois essa situação já é comum. Entro no ônibus, escolho um lugar à janela, ligo meu MP3 e vou curtindo uma boa música, temperada às belas paisagens ocorridas à beira da estrada. Um momento de paz, com cores verdes e tons graves e agudos, dançando de forma sincrônica.
            Ao descer do ônibus resolvi caminhar para chegar ao local. Não sou atleta, mas gosto de caminhar, para manter na mesma sintonia da música e paisagem. Meus amigos até tinham se disposto a me buscar, mas acho que até a surpresa seria bacana. Pus-me a andar, cantando mudo, andando com as mãos no bolso, sem pressa.
            Quando cheguei ao sítio, o mesmo clima de toda viagem era mantido, com exceção da farra que já estava ocorrendo. Fiquei feliz ao vê-los todos ali, à vontade, jogando sinuca, curtindo a pequena e artificial cascata aos pés da piscina, até mesmo uma rodinha tocando violão. Assim entrei, sem ser notado. Alguém percebeu, quando já estava quase junto à turma. Fizeram então uma festa ao me receber. Quanta alegria! Sempre fomos assim uns com os outros, muito amigos!
            Tratei logo então de pegar um drink, e assentar-me próximo ao pessoal da música. Passamos ali uns bons momentos cantando. Mais tarde haveria um lual, ao redor de uma fogueira. À medida que o tempo foi passando, fomos nos arranjando, fazendo pequenas tochas, cobrindo a grama com toalhas para sentar, afinando os violões entre outros.
            Fui o último a tomar banho, já que me ocupei com a preparação. Ao terminar, que pude observar a todos. E como estavam todos belos! Não belos por serem amigos, mas aquela noite parecia especial, pois todas as pessoas estavam vestidas pro lual de forma elegante. Acho que o brilho daquela noite estava alastrando para todos.
            Como algumas pessoas ainda estavam pra chegar, foram se juntando nas toalhas, em pequenos grupos. Tudo perfeito. Peguei meu segundo drink e aproximei-me da fogueira. Estava deitado, no canto de uma das toalhas, que ainda estava vazia. De olhos fechados, não reparei exatamente as pessoas que chegaram, apenas que era um grupo de 5 ou 6 pessoas. Lembro exatamente desse momento, pois na hora tocava Biquini Cavadão, a música era “Quando Eu Te Encontrar”. Nunca vivi nenhum momento especial, para relacionar essa música, mas ela é muito bela, uma das mais românticas que já escutei. Além disso, havia um cheiro deveras agradável de perfume. Não sou a melhor as pessoas para identificar odores, mas era suave, refrescante, que chegava próximo ao cheiro de flor. Permaneci ali, de olhos fechados apenas apreciando o momento.
            - Tato!
            Abri os olhos nesse momento para ver o que ocorria. Com um sorriso leve e sincero respondi:
            - Olá Carina! Que surpresa boa ter você aqui! Por um momento achei que não viria.
            Sentei, e nos abraçamos. Somos amigos de muito tempo.
            Junto a ela, tinham mais outros amigos, que foram recebidos da mesma forma. Deitei novamente, e agora a almofada, que era grande e macia, foi compartilhada por parte desses amigos. Os demais foram se ajeitando, usando nós como almofadas.
            Ao entardecer, algumas pessoas saíram, seja pra comer algo, pra ir dormir, ou mesmo namorar. Mas eu estava na minha “vibe”. Fiquei até o fim, e somente depois levantei para comer algo. Depois de comer, o cansado devido ao dia de trabalho me alcançou, e fui dormir. Pelo visto a turma da minha toalha também foi.
            Os quartos não comportavam a todos, então eu fui dormir nos colchões, no chão. Em pouco tempo todos estavam dormindo, menos eu. A cama improvisada estava realmente confortável, melhor até que minha própria cama. Mas eu estava apenas cansada, mas sem nenhum sono. Esse estado de alegria e paz interior me deixava extasiado. Fiquei assim, deitado de barriga pra cima, e braços cruzados atrás da cabeça, olhando para o teto, sem pensar em nada.
            Perdi a noção do tempo, mas começou a chover aquelas pancadas fortes que não duram muito tempo. Até mesmo começou a trovejar. Passou mais de 10 minutos chovendo e trovejando, até que reparei um par de olhos despertos (ou nem adormecidos) que estavam a me almejar. Virei pra olhar, e descubro que não era apenas pressentimento. Dois olhinhos pequeninos, mas bem abertos, apreensivos. Era Carina.
            - Oi meu anjo... Acordada até essa hora?
            - Eu gosto muito de chuva, e trovão, mas esses estão me deixando com medo.
            Era visível que ela estava mesmo inquieta, apesar de ter ficado silenciosa e imóvel nesse tempo que fiquei meditando acordado. Ou talvez eu estivesse tão alheio a tudo, que não havia percebido. O fato era, ela estava mesmo com medo.
            Ela dormia na cama, ao lado de onde eu dormia e por isso estendi minha mão a ela, com o mesmo sorriso simples e bobo que tenho:
            - Segure minha mão.
            Ela então agarrou minha mão, com suas duas mãozinhas, com um leve aperto.
            Seguimos ali, em silêncio por alguns segundos, nos olhando nos olhos. E mais um trovão. Ela fecha os olhos rápida e intensamente, e aperta minha mão. Nada de machucar, mas foi com a força que ela tinha. Era uma situação irônica, pois ela nunca fora nem um pouco medrosa, muito pelo contrário, era sempre a mais corajosa.
            Depois dessa cena, quando ela relaxou um pouco, eu sorri novamente pra ela, e pedi que deitasse comigo. Não seria a primeira vez, somos amigos de muito tempo, e nunca aconteceu nada demais. Ela, até mesmo pelo medo, veio se deitar.
            Coitada da guria! Estava com o corpo gelado. Ao contrário de mim, que estava até com calor. Enfim, estava bem confortável estar com ela. Estava realmente muito agradável. Eu me mantive deitado de barriga pra cima, e ela se deitou no meu braço, próximo ao ombro. Quase que imediatamente ela fechou seus olhinhos. Pareci uma anjinha, com o rosto e a alma mais casta que eu jamais vira antes. Coloquei a mão, do meu braço livre na cintura de Carina, e fiquei acariciando-a, e voltei a “estar em transe” acordado, olhando pro teto.
            O tempo passou novamente, sem que eu percebesse.
            - Meu anjo.
            Naquele momento eu assustei! Era Carina, mas eu estava crente que já havia dormido há algum tempo, e acreditava ainda que era um sono profundo. Nem a chuva e a trovoada estavam acordando-a. Seu corpo já estava quente novamente.
            Ela riu de mim, pelo susto. E foi realmente engraçado. Olhei pra ela rindo também.
            - Que susto, guria! – Ainda riamos, mas em tom baixo, pelo avançar da hora.
            - “Brigadim” por meu deixar deitar contigo. Você é muito querido!
            - Nada demais, gosto de ti! – E sorrimos um para o outro.
            Depois disso, ela que estava encolhida, passou seu braço esquerdo e pousou-o em mim. Foi estranho. Diferentemente das outras vezes que dormimos juntos, não sentia, como me sentia agora. Fiquei sem graça, por dessa vez, ter ficado afetivamente balançado com o ato dela. Fiquei quieto, para que meu desejo não fosse expresso de nenhuma forma.
            Ela me acariciava da forma que eu fazia nela, enquanto dormia. Não seria nada demais em outrora. Abaixei o rosto em direção ao dela, e pra minha surpresa, ela estava séria (mas não brava), me olhando, e parecia que havia um tempo. Sempre fomos de brincar de flertar um com o outro, mas como ela nunca levou a sério, sempre ficou como brincadeira.
            Não hesitei! Fui aproximando meu rosto do dela. Ela mantinha os olhos firmes, porém doce, como uma anja autêntica. Ela não reagiu com a aproximação, nem positiva, nem negativamente. Não hesitei!
            Quando meus lábios encontraram os lábios dela, foi indescritível! Parecia um sonho dos tempos de infância, sendo realizado. Como quando a criança acorda na manhã de natal e enche os olhos ao ver a árvore de natal recheada com tantas caixas embrulhadas, com papéis coloridos e brilhantes... Era assim que me sentia.
            Provavelmente era um dos primeiros beijos dela. Apesar de sua idade próxima à minha, ela era muito desligada quanto às relações afetivas. Não por ser fria, mas por não precisar disso pra ser feliz.
            O beijo foi mesmo fantástico. Tinha um sabor dos meus primeiros beijos, da descoberta, dos primeiros frios na barriga. Tinha um formigamento delicioso em meu corpo. Um verdadeiro choque de emoções.
            Chegou aquele momento em que os lábios se separaram, os rostos se afastam ao ponto de os olhos voltarem a se encarar... Foi novamente estranho. Ela continuou sem reagir. Eu não sabia o que fazer, falar ou até mesmo pensar.
            Só depois de uns longos segundos, é que ela desviou o olhar, para baixo, e ficou corada. Coisa que ela não está acostumada é de ficar sem graça.
            Com a mão que estava na cintura de Carina, coloquei-a em seu rosto, alisando-o, tirando as poucas mechas dele que estavam à cobri-lo.
            - Desculpe meu anjo. Não sei nem o que dizer...
            De cabeça ainda baixa, ela responde baixinho, quase inaudivelmente:
            - Não...
            Quase engasguei ao ouvir isso, e ela prosseguiu:
            - ... tem culpa, eu quis. Eu gostei.
            Pela segunda vez em segundos, fique embasbacado. Rapidamente me refiz, e levantei seu rosto, com um leve toque em seu queixo. Novamente nos olhamos, mas dessa vez não me atrevi a tentar beijá-la.
            Foi então que ela riu pra mim, de forma maliciosa... Novamente, não hesitei! Novamente um beijo fantástico! Dessa vez mais firme, sabíamos e queríamos isso! Foi intenso! Ela a muito já prendera meus sentimentos. Ela parecia gostar muito, porque mesmo sem jeito, ela demonstrava muito desejo.
            Delongamos em várias horas assim... Deu pra ouvir o galo cantando. E então fomos dormir, afinal de contas, teriam mais 3 dias de sítio, muita coisa pra acontecer. Kkkkk.
            Aguardem os próximos episódios dessa mesma história.

WINE, Tato



quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Intro

Depois de muito tempo da vida, tive uma experiência simples, mas q foi de enorme satisfação. Aconteceu o seguinte: Fui a um happy hour, depois do trabalho, numa sexta feira. Um dia comum, no qual eu nem queria agitação. Os dois camaradas que me convidaram são pessoas simples, que curtem um bom rock, uma cerveja gelada e uma conversa descontraída. Fomos então pra um barzinho copo sujo, no alto de um morro. A visão neste lugar é fantástica! A cidade à noite, aquele momento de edificações semi visíveis por se misturarem à escuridão trazida pela lua, somada aos pequenos milhares de pontos brilhantes de sua iluminação artificial. O que de diferente dessa noite em especial era a música. Pela primeira vez eu fui à um barzinho e a música era foi por nós mesmos. Sim! Bem simples, mas fantástico (volto a utilizar o termo, porque é o que melhor expressa). Nós 3 (e posteriormente um quarto camarada chegou) ficamos ali tocando violão e cantando Engenheiros do Hawaii, Legião Urbana, Capital Inicial, Ira! e tantos outros.

Um fato observado é que o tempo (rotina, responsabilidades e outros), foram desviando nossa atenção dos pequenos prazeres da vida. Eu sou um apaixonado por música, e me vi sem lembrar de letras de clássicos tocados nesta noite. Isso me deixou triste, porque parte boa (em tempo e qualidade) da minha vida foi dedicada à degustar música. Isso não foi só comigo, mas com todos presentes. Acabamos cantando errado, rindo uns aos outros no momento, mas depois de sair de lá fiquei pensando o quão triste isso foi, pelo menos no meu caso.

Destaco a música "Ando Só", dos Engenheiros do Hawaii. Ela não foi tocada, já que não sabíamos seus acordes. Exatamente por esse fato ela ficou em minha cabeça. Nunca parei para prestar atenção em sua letra, fazer uma análise mais profunda. Aos que não à conhecem, é só clicar aqui para ler sua letra. Hoje parei para refletir sobre sua mensagem, e vi que é o que posso chamar de "minha música". Claro que os que conhecem Engenheiros, já ouviram falar que o "pó" referido na música se trata de drogas, o que não é esse o meu caso. Mas acho que "Ando Só" é a melhor expressão de quem sou eu, nesse momento.

E você? Apesar de ser clichê, já parou pra pensar em qual é a sua música? (Espero que evitem as românticas, pois elas tratam do "amor de novela").

WINE, Tato

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Princípio da Relevância


Boa noite,

Pela chamada da notícia, nem me preocupei em lê-la. 99,9% contra 0,1%. Me recordo das aulas de Contabilidade, as primeiras, das quais aprendi sobre as bases dessa ciência. Um deles, me chama muito a atenção, pelo fato de ser um ensinamento que aprendi com meus pais, quando ainda criança.

O nome desse aprendizado, para a Contabilidade, é "Princípio da Relevância". Me corrijam caso eu explique erroneamente, mas esse princípio trata de constar no Balanço Patrimonial qualquer movimentação contábil que represente pelo menos 1% de valor do Passivo/Ativo.

Claro que na Contabilidade, trata-se de valores, o que no caso do meu aprendizado de infância não consta. Mas traduzindo, trata de bom senso. Não vou entrar no mérito da questão do ENEM, do problema com as questões que constavam no simulado de uma escola no Ceará. O motivo é apenas para reflexão. Vale mesmo a pena intervir de forma tão drástica, dada a relevância entre os números de estudantes. Muitos serão afetados, por conta de muito poucos. Será não vale mais a pena, um tratamento menos geral!?

As vezes me revolto como as pessoas gostam de cultuar o caos geral, do que tratar do individual.

Atenciosamente,

WINE, Tato