Recentemente estava de férias, e foi um período muito tranquilo, para centrar as ideias e recuperar as forças físicas e psicológicas (principlamente essas). Advinda da paz da música, da solidão, da sensação de pertencer à um lar. Coisas que antes me eram comuns. Nada da correria, da pressa, do relógio, dos códigos sociais, das regras. Era apenas eu, o mundo. O MEU MUNDO.
Esses dias passaram rápido. Poderiam durar mais, mas sabia que não seriam para sempre. Na verdade, isso não me entristece. O valor das coisas está em sua raridade. O novo é tão belo, quanto o belo é novo. E foi mesmo um momento especial. Necessário, porém especial em sua concepção e execução.
Isso me fez desligar do mundo dos adultos. Quase poderia voltar a ser adolescente. Quase poderia voltar a sonhar. Só que me faltava a estrada. As curvas, a vegetação, o vento no rosto, o rock'n roll com riffs contagiantes de guitarra. Faltavam as pessoas diferentes de mim, aquelas desconhecidas, que contam suas histórias, e desaparecem discretamente com o tempo, como o cheiro de um bom perfume.
E na busca pela fuga da realidade, me vi dentro da mesma, porém, apreciando sua beleza, enquanto existência. O meu mundo foi balançado, no mesmo ritmo da aventura, das águas de um comprido rio de águas turvas, à originar-se da queda d'água.
A falta que aquele mundinho cotidiando tocou o meu rosto, me fez enrubecer. Foi de apertar o coração. Pela primeira vez me vi olhando para trás. Falta dos laços mais sutis. Das pessoas que deixei para trás. Que me acompanharam até onde poderiam. Que fizeram e fazem parte da minah estrada. Que foram atalhos, foram apóio.
Senti saudade de um determinado olhar. Olhos pequenos, com mais vida que infinitos deuses. E o pior é não poder dizer isso. É ter de calar, enquanto em minha mente borbolha ideias. Surgem de forma desorganizada. Recupero assim o pior lado da minha adolescência: a inexperiência.
É saber as regras do jogo, o objetivo, as estratégias, os demais jogadores, e mesmo assim ser incapaz de jogar. É assim que fico, ao aproximar desse olhar, dessa poesia personificada.
E fica o desejo de um dia ser capaz de dizer a verdade, e não parecer mentira, como sempre faço.
WINE, Tato
Se declara logo minino.
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